ALCOOLISMO

Tratamento

    
       Há, atualmente, várias formas eficazes de se tratar o alcoolismo. O método mais simples, para casos mais leves, é a realização de consultas periódicas com uma equipe multidisciplinar  experiente (incluindo psiquiatra ou psicólogo) com o apoio da família, onde são discutidas as dificuldades de abandonar o vício e encorajados os esforços. Estudos mostram que este é um método eficaz em reduzir o uso do álcool, dependendo diretamente da freqüência das consultas.  Outro método muito eficaz são os grupos de auto-ajuda, particularmente os alcoólicos anônimos. Esses são baseados em variações do programa de 12 passos, além de reuniões freqüentes. Os resultados dos AA são difíceis de avaliar, mas aproximadamente um terço permanece sóbrio de 1 a 5 anos, e um terço por mais que 5 anos. Outro conceito diferente de grupo de apoio é o de "Consumo Controlado", onde recomenda-se o uso em doses adequadas da bebida. A principal diferença é que no primeiro o alcoólatra tem que reconhecer que é incapaz de controlar a própria vida, no segundo afirma-se que o alcoólatra deve retomar esse controle.            Casos mais sérios devem ser acompanhados por psiquiatra para tratamento psicoterápico e medicamentoso. Muitos alcoólatras apresentam distúrbios psiquiátricos que necessitam de tratamento, e outros sofrem de sintomas de abstinência quando param de beber, conseqüência da dependência física do álcool. Geralmente, não é necessária internação para desintoxicação, pois a eficácia não é maior. No entanto, certos casos devem obrigatoriamente ser internados.

Devem ser internados para desintoxicação:

Aqueles que sofrem sintomas de abstinência moderados a severos;

Aqueles com delirium tremens;

Aqueles que são incapazes de seguir acompanhamento diário;

Aqueles que possuem outra doença física ou psiquiátrica que necessita de internação;

Aqueles incapazes de tomar medicação por via oral;

Aqueles que já tentaram tratamento fora do hospital, sem sucesso.           

   O tratamento medicamentoso também pode ser útil em associação com a psicoterapia (particularmente a comportamental combinada intensiva). Antes, poucos profissionais utilizavam drogas como o dissulfiram que, misturadas ao álcool (sem o conhecimento do doente) causavam reações severas, com sensação de morte iminente, achando que isso auxiliaria o tratamento. Os resultados são desastrosos, pois a reação pode ser realmente fatal.        A medicação mais utilizada no momento para o tratamento do alcoolismo é a naltrexona (revia®), cujo mecanismo de ação não está bem esclarecido, mas reduz a necessidade de voltar a beber. Recentemente (2006), foi aprovada nos EUA uma apresentação injetável da naltrexona, que seria aplicada apenas mensalmente e com isso poderia aumentar a sua eficácia. O acamprosato é uma medicação mais recente, ainda não lançada no Brasil, mas aparentemente não tem melhor eficácia nem segurança que a naltrexona.